Investidores estão aguardando uma bateria de dados e decisões sobre juros no Brasil e nos EUA no decorrer da semana.
Após quatro dias consecutivos de queda, o dólar à vista encerrou o dia com uma alta em relação ao real nesta segunda-feira. Essa movimentação acompanhou o fortalecimento do dólar no cenário internacional, enquanto os investidores aguardam uma série de dados e decisões sobre taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos ao longo da semana.
O dólar à vista encerrou o dia sendo negociado a 4,9514 reais na venda, registrando um aumento de 0,82%. No acumulado de janeiro, a moeda norte-americana apresenta uma elevação de 2,06%.
Na B3, por volta das 17:13 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro para o primeiro vencimento estava em alta de 0,53%, cotado a 4,9480 reais.
Em um dia com uma agenda relativamente tranquila tanto no Brasil quanto no exterior, o mercado começou a sessão com a notícia de que um tribunal em Hong Kong ordenou a liquidação do gigante do setor imobiliário China Evergrande Group, o que gerou preocupações adicionais sobre a confiança no mercado imobiliário chinês, já fragilizado.
Para Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, essa notícia teve um impacto negativo nas moedas de países exportadores de commodities, como o real. “Sempre que chegam notícias da China, o impacto aqui é significativo”, destacou.
No entanto, mais do que as notícias da China, as cotações no Brasil foram diretamente influenciadas pelo movimento do dólar em relação a outras moedas no exterior, especialmente devido às expectativas em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve, que ocorrerá na próxima quarta-feira.
Há uma expectativa de que o Fed mantenha as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, mas os investidores estarão atentos a qualquer sinal sobre quando o banco central dos EUA começará a reduzir essas taxas – se em março ou maio.
Também na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidirá sobre a nova taxa básica de juros Selic, atualmente em 11,75% ao ano. A perspectiva é de um novo corte de 0,50 ponto percentual, com o BC mantendo a possibilidade de novas reduções de meio ponto percentual nas próximas reuniões de política monetária.
Com a formação da Ptax no mesmo dia, a quarta-feira promete ser marcada por volatilidade e alta liquidez. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista e serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No final de cada mês, os agentes financeiros geralmente tentam influenciar essa taxa de acordo com suas posições no mercado.
Nesse contexto, depois de atingir a mínima de 4,9060 reais (-0,10%) às 10h05, o dólar à vista registrou nesta segunda-feira sua máxima de 4,9589 reais (+0,98%) às 15h40.
No exterior, o dólar sustentou ganhos em relação a uma cesta de moedas fortes durante a maior parte do dia, mas no final da tarde, essa tendência se reverteu.
Às 17:13 (horário de Brasília), o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a seis divisas principais, estava em queda de 0,05%, a 103,500.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 10.750 contratos de swap cambial tradicional oferecidos na rolagem dos vencimentos de março.
Edição: Redação
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