As palavras VTOL (decolagem e pouso vertical) e EVTOL (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical) podem não ser amplamente conhecidas no vocabulário brasileiro, mas estão ganhando destaque devido ao potencial revolucionário dessas aeronaves na aviação urbana. Os EVTOLs, em particular, são movidos a eletricidade, representando uma abordagem mais sustentável.
A consultoria KPMG desenvolveu um ranking para avaliar a preparação dos países para a integração dessas aeronaves no futuro, sendo esta a terceira edição. O Brasil, inicialmente classificado em 25º em 2021, subiu para a 8ª posição em 2022, impulsionado pelo desenvolvimento de um EVTOL pela EVE, subsidiária da Embraer. No entanto, em 2023, caiu para a 11ª posição devido a desafios em oportunidades de negócios.
A infraestrutura brasileira, avaliada em 16º lugar, apresenta desafios, como a superlotação do espaço aéreo em grandes cidades. A necessidade de criar rotas específicas e lidar com a falta de helipontos e pequenas pistas para decolagem e pouso são questões críticas. Márcio Peppe, líder de Aviação da KPMG no Brasil, destaca a importância de parcerias público-privadas devido às limitações orçamentárias.
Além disso, desafios regulatórios incluem a necessidade de estabelecer normas técnicas para essas aeronaves, uma consulta pública realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) está em andamento. A certificação e regulamentação caso a caso, considerando a variedade de designs possíveis, é uma abordagem prevista pela ANAC.
A segurança, questões meteorológicas, poluição sonora e segurança cibernética são preocupações adicionais. A EVE planeja lançar um EVTOL para transporte de passageiros em 2026, com certificação em andamento nos EUA e no Brasil. Embora o transporte de passageiros por EVTOLs ainda esteja distante, o transporte de cargas é visto como uma aplicação inicial, e a colaboração entre empresas, órgãos reguladores e entidades de pesquisa é crucial para o desenvolvimento sustentável desse setor inovador.